Maior intelectual da Polônia sai em defesa de Guenter Grass | |
VARSÓVIA (Reuters) - O maior intelectual da Polônia, Adam Michnik, dissidente do Solidariedade, tornou-se voz isolada entre seus compatriotas ao defender o escritor alemão Guenter Grass, que admitiu ter integrado a Waffen SS na juventude. Após a confissão de Grass, o partido governista polonês e o ex-presidente Lech Walesa pediram ao escritor que devolva o título de cidadão honorário da cidade de Gdansk, onde Grass nasceu e onde ele ambientou seu romance mais conhecido, "O Tambor". "Durante anos, a Polônia não teve amigo mais confiável e altruísta na Alemanha do que Guenter Grass", escreveu Michnik, uma das vozes mais importantes da Polônia pós-comunista, em editorial do jornal diário Gazeta Wyborcza. "Será que é tão difícil para nós, poloneses, compreendermos o drama da geração de jovens alemães enganados pela propaganda totalitária dos nazistas?", escreveu Michinik. Em entrevista concedida no sábado ao jornal Frankfurter Allgemeine, Grass revelou que, aos 17 anos de idade, entrou para a SS, a tropa de elite nazista formada por voluntários, que exerceu papel chave no Holocausto. Ao longo de sua carreira, o escritor, que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1999, trabalhou para melhorar as relações entre Polônia e Alemanha. Michnik disse que Walesa foi apressado ao pedir a Grass que devolva seu título de cidadão honorário de Gdansk. |