Monday, December 18, 2006

Lançamento: “GASTO PÚBLICO EFICIENTE”



Lançamento do livro “GASTO PÚBLICO EFICIENTE” em Belo Horizonte

Terça-feira, 21 de Novembro de 2006
por Instituto Millenium

No dia 21 de novembro de 2006 às 19h30min, será lançado no auditório do Ibmec-MG o livro Gasto Público Eficiente: 91 propostas para o desenvolvimento do Brasil.

Um caso brasileiro

por Erich Vale

Comparando a atual "crise dos aeroportos" com a privatização do sistema de telefonia que ocorreu no passado, o principal impedimento para que o problema atual se resolva, (com a privatização do setor sim! ), perpassa o ambiente político. Esse "detalhe" foi muito bem observado, acredito, no artigo acima. Precisamos amadurecer politicamente, visando soluções práticas e inteligentes, que não encontrem as tradicionais barreiras ideológicas das elites brasileiras. (Sejam elas do PT ou não!) De volta a comparação anterior, quem condenaria a privatização do setor de telefonia, conhecendo de antemão as melhorias e benefícios advindos desse processo? Acredito, somente os ruvinhosos que rondam por ai, sob a égide dos partidos brasileiros. Então, é preciso informar quais os benefícios possíveis sem "patinar" nas discussões de cunho puramente político-ideológico. Ah! Sempre é possível melhorar... mas acredito que melhorar a atuação efetiva das Agências Regulatórias é mais fácil e menos dispendioso do que tentar controlar um setor inteiro com recursos escassos.

Saturday, December 16, 2006

Economist.com

23:40 GMT +00:00
Leisure inequality

Posted by:
Economist.com | NEW YORK

Categories:
Income and poverty

INCOME inequality may be increasing, but income is not the only measure of welfare. Those at the lower end of the income spectrum have growing amounts of time on their hands. In a forthcoming QJE paper Mark Aguiar and Erik Hurst find that, on average, the amount of time devoted to not working (this includes household work) has increased over the last forty years. How do Americans spend their new free time? Overwhelmingly, staring at the idiot box. Reading and socialising have dropped, despite the newfound leisure.

The disparity in leisure time has also increased, though not in the way that anyone would expect. Workers with only a high school diplomas’ weekly leisure time increased by 6.74 hours, while college educated workers leisure time got a measly extra 0.56 hours. Perhaps not surprisingly, it was the college educated who experienced the largest decrease in time spent reading.

Does this mean that income inequality increased only because the poor and middle class work less? Not necessarily; the causation may run the other way. Leisure is a good like any other, and has a positive income effect; as people have more income, they want to consume more of it. Since low-paying jobs tend to be more unpleasant than higher paying jobs (journalism excepted), the income effect may be stronger at the bottom of the wage distribution. Since all income groups have seen real incomes rise over the last forty years, those in the bottom half may simply have decided that since they get paid more, they don’t have to work as much.

On the other hand, the substitution effect predicts that as changes in technology have disproportionably increased the salaries of skilled workers, the better paid are likely to have worked more. People with higher wages have a greater incentive to forgo leisure time. The less skilled face a smaller opportunity cost for their leisure. So they will work less.

Perhaps proponents of the thirty-five hour work week should stop talking about the poor, and focus on the beleaguered wealthy, oppressed by the laws of economics. Come to think of it, most of the people we see advocating for such policies look decidedly upscale . . .

Friday, December 01, 2006

Energia elétrica no Brasil é mais cara!

Por Erich Vale

Por que o preço pago por cada quilowatt/hora no Brasil é maior que nos "países de primeiro mundo"? Verificando a notícia publicada no portal InfoMoney -reproduzida abaixo- poderíamos apontar algumas razões... Analisando o caso de Minas Gerais, o fato mais relevante, requer que compreendamos que este setor é caracterizado basicamente por um "monopólio puro".

Segundo o sítio da Wikipédia podemos caracterizar o monopólio da seguinte maneira:

Monopólio (um único vendedor) existe quando há um vendedor no mercado para um bem ou serviço que não tem nenhum substituto e quando há barreiras na entrada de empresas que tencionem vender o mesmo bem ou um bem substituto. Estas barreiras protegem o vendedor da concorrência. Tal como no caso de concorrência perfeita os exemplos de monopólio na sua forma pura são raros, mas a teoria do monopólio elucida o comportamento de empresas que se aproximam de condições de monopólio puro. Ter o poder de monopólio significa simplesmente o vendedor ter algum controle sobre o preço do produto. A fonte básica de monopólio puro é a presença de barreiras de entrada (Referidas no início) de onde se destacam: * Economias de escala Empresas novas tendem a entrar em mercados a níveis de produção menores do que empresas estabelecidas. Se a indústria é caracterizada por economias de escala (custos médios decrescem com o aumento no volume de produção), os custos médios da empresa nova serão mais altos do que os custos médios de uma empresa estabelecida. * Patentes Por exemplo as leis das patentes nos EUA permitem a um inventor o direito exclusivo a usar a invenção por um período de 17 anos. Durante este período, o dono da patente está protegido da concorrência. * Propriedade exclusiva de matéria prima: Empresas estabelecidas podem estar protegidas da entrada de novas empresas , pelo seu controle das matérias primas.


Agora vejamos: Em nosso Estado, onde a presença da Cemig predomina, temos mais um fator para analisar e incluir na definição acima. Por exemplo, alguém por aí com capital disponível para fazer frente a Cemig nesse mercado, conseguiria instalar uma hidroelétrica em algum lugar onde as características geográficas fossem favoráveis? Acho que não, pois além dos inúmeros entraves relativos à concessão para participar desse mercado, simplesmente esse lugar não existe mais! Ou se existe, não é tão bom quanto àqueles locais que já são explorados pela nossa concessionária de luz e energia. Então, se trata de um monopólio natural e nesse sentido, existe mais uma barreira à entrada do que normalmente aponta a teoria. Se a definição acima sobre "Poder de Monopólio" estiver certa, temos aqui um caso onde o "vendedor" não tem "algum" poder de influenciar os preços, mas sim "muito" poder para controlar os preços. Desculpe pela imprecisão quando utilizo "algum X muito", porém calcular o tamanho desse poder é outra história, e não quero chatear o leitor tentando demostrar o Índice de Lerner. Basta saber que este indicador reflete exatamente quanto poder uma empresa tem para estabelecer o preço, acima daquilo que seria cobrado em um mercado onde prevalece a concorrência...

Será que vamos voltar a viver à luz de velas? Qual a saída então? Imagine que este poder seja todo exercido. Então, vai chegar o momento que um novo empreendimento alternativo para geração de energia aparecerá, substituindo parcialmente o monopólio estabelecido. O problema é que precisamos conviver com preços altos e crescentes cobradas por quilowatt/hora, até que essa "outra alternativa" seja viável. Triste não? Nesse caso, o final da história não deverá ser muito feliz. Ainda teremos de lidar com a carga tributária embutida no preço cobrado pelas concessionárias de energia. Mas isso também é outra história....


Energia elétrica no Brasil é mais cara do que em país de primeiro mundo

01/12/2006 - 11h27
InfoMoney

SÃO PAULO - Já não basta gastar quase 40% do ganho anual com impostos e ainda assim ter de desembolsar mais dinheiro para terceirizar serviços que deveriam ser fornecidos pelo poder público - educação, saúde, segurança. O brasileiro também enfrenta outro problema, que muitas vezes passa despercebido: o alto custo de energia elétrica.

Conforme pesquisa divulgada pela Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), os valores desembolsados pelo usuário brasileiro chegam a ser maiores do que o gasto de famílias de primeiro mundo - em especial, dos noruegueses e norte-americanos.

Entenda
Veja: o preço pago por cada quilowatt/hora em solo brasileiro é de R$ 0,296. Tomando como base o consumo médio de 300 quilowatt/hora por mês, são R$ 88,80 desembolsados por cada residência.

Em países de primeiro mundo, como a Noruega e os Estados Unidos, o preço médio, de acordo com a IEA, é de R$ 0,188 e R$ 0,211 (considerando o dólar a R$ 2,20), respectivamente. Portanto, a conta de energia elétrica que chega às casas de ambos os países no fim do mês é de, ainda na mesma ordem, R$ 56,40 e R$ 63,30.

Mais cara x mais barata
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Estado brasileiro onde o preço da energia elétrica é o mais caro é Mato Grosso do Sul. A Empresa energética de Mato Grosso do Sul (Enersul) cobra R$ 0,419. No fim do mês, ainda utilizando como base o consumo de 300 kw/h mensais, a conta chega às mãos dos consumidores no valor de R$ 125,70.

Na contramão está a Jarí S/A, com operações no Amapá e no Pará. O preço por kw/h é o mais baixo do País: R$ 0,238, o que representa R$ 71,40 no fim do mês.

São Paulo e Rio
A Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo tem um preço intermediário para o kw/h, de R$ 0,281, ou R$ 84,30 no final do mês.

No Rio de Janeiro, a Light cobra R$ 0,318, o que equivale a R$ 95,40 mensais.

http://www.msn.com.br/financas/SuasContas/noticia2/default.asp





[BovespaBrasil] Construção do patrimônio: é preciso economizar e investir

Construção do patrimônio: é preciso economizar e investir

O problema que muitas pessoas encontram, depois de anos de trabalho e com a chegada da aposentadoria, é o fato de não terem construído nenhum patrimônio. Elas não contam com bens ou fontes que façam com que não dependam da renda de familiares ou apenas da previdência social.

No entanto, o difícil é a construção deste patrimônio. Gastos descontrolados e despesas que surgem a cada época da vida fazem com que as reservas se vão com mais facilidade do que vieram. Quando se percebe, anos preservando e guardando dinheiro se destroem com a chegada de um imprevisto.

Inflação
Para que você chegue à aposentadoria com independência financeira, é preciso se preocupar com a inflação. Nada adianta passar toda a vida economizando, se a alta generalizada de preços de produtos e serviços - a chamada inflação - põe em risco todo seu patrimônio.

Pense que todo o dinheiro guardado ou investido pode ir embora com a chegada da inflação. Quando os preços aumentam, mas o salário não acompanha, aquela quantia acumulada precisa ser gasta com recursos básicos, como contas de água, energia ou telefone.

O que é o patrimônio?
O patrimônio é tudo aquilo que a pessoa possui, seja os bens da família ou uma herança. Para calculá-lo, basta somar todos os bens que detém, como casas e automóveis, e subtrair dos compromissos financeiros, as famosas contas mensais.

A destruição de um patrimônio pode começar sem que você perceba e, quando menos espera, a quantia guardada ou tudo o que foi construído se vai. Para que isso não aconteça, é preciso ser realista. Sonhar é bom, na medida em que se traça objetivos, mas é preciso saber como alcançá-los e não se deixar levar por planos muito vantajosos, que devem ser suspeitos.

Estabeleça metas, o que é o mais importante. Atente o caminho a percorrer e crie estratégias para chegar ao objetivo. Muitas vezes este trajeto pode ser mudado, mas não se desespere. Pare e repense seu plano. É preciso ser flexível para não perder tudo.

Investimentos
O patrimônio pode ser algum dinheiro guardado ou aplicado, mas também investido em algum bem. Tenha bom senso e não pense em "dicas" para ficar rico da noite para o dia, pois não existem modelos para isso. Se elas fossem verdadeiras, não existiria a pobreza.

Mesmo diante disso, você ainda pode construir um patrimônio sem correr riscos de perder tudo. Para isso, é necessário um plano de investimento e muito calma. Pense em seus objetivos de vida e a melhor carteira (alocação de ativos) para conquistá-los.

Pense que não existe o melhor investimento, aquele em que qualquer pessoa que escolhe sai ganhando. Isso depende de seu objetivo, seja ganhar dinheiro mais rápido e em menor quantidade, para comprar uma casa ou um carro, seja poupar para ter uma aposentadoria tranqüila.

Texto enviado pelo Yahoo! Grupos Em nome de Marcos Aurelio Kohler
Enviada em: quarta-feira, 29 de novembro de 2006 20:45)

Alguém aí viu o tutorial do Yahoo?

Tutorial: o que fazer com o seu computador velho? (Parte 1)

Será que vale a pena investir um dinheirinho nele para adiar a compra do novo? Ou, quem sabe, para acabar com a exclusão digital familiar, passando a máquina usada para aquele irmão chato que sempre quer usar o seu micro?

Como sempre, a resposta é “depende”. Neste caso, depende da sua configuração atual e do objetivo a que se destina o computador, mas quase sempre dá para fazer alguma coisa com a “sucata”. Hoje discutiremos algumas possibilidades de upgrade. Na segunda parte deste tutorial, falaremos de usos alternativos que podemos dar a um micro ultrapassado. Não perca!

Hora de refrescar a memória

Uma das coisas mais simples de se fazer para melhorar o desempenho de um PC costuma ser aumentar sua memória RAM. Quanto maior ela for, menos o micro precisa usar o disco rígido, que é várias vezes mais lento, como “memória virtual”, e mais rápido ele fica – principalmente quando usamos mais de um programa ao mesmo tempo ou editamos imagens e outros tipos de arquivos pesados.

O único problema para aumentar a memória é descobrir o tipo que o seu computador usa e se há espaço para mais. Uma das formas de resolver isso é abrindo o gabinete e olhando lá dentro, mas se você não quiser sujar as mãos à toa, recomendamos o CPU-Z, um programinha gratuito muito útil para saber a configuração exata do seu PC – do modelo do processador e da placa-mãe à velocidade da memória.

Se o seu computador é realmente idoso (da geração dos 386, 486 e primeiros Pentium), deve usar módulos de memória do tipo SIMM. De 30 vias, se for um velho gagá, ou de 72, se for um coroa enxuto (é só contar o número de contatos metálicos do “pente” para saber quem é quem). Ambos estão fora de linha há tempos e são encontrados apenas em ferro-velhos e sites de leilão, sem grandes garantias – é melhor não arriscar.

Computadores mais modernos usam memória DIMM, de 168 vias (metade de cada lado), ou DDR, de 184 vias (novamente, 2 x 92). Os mais novos de todos trabalham com DDR2, de 240 vias, mas se você tem um desses, provavelmente ainda não está pensando em upgrade. Há também a memória RIMM, ou Rambus, mas esta não costuma valer o upgrade.

Descoberto o tipo de memória do seu PC, veja se há encaixes sobrando para espetar mais módulos, use o CPU-Z para descobrir a velocidade dos seus e tente comprar outros iguais ou, se não conseguir, mais rápidos. Se não houver slots livres, avalie a possibilidade de trocar seus módulos por outros de maior capacidade. Para ter bons resultados, o ideal é pelo menos dobrar a quantidade de memória.

Todos precisamos do nosso espaço!

Um upgrade até mais simples que o da memória RAM é a ampliação do espaço em disco rígido (HD), que o computador usa para guardar seus arquivos e programas. E, embora o objetivo principal aqui seja aumentar a capacidade de armazenamento do computador, e não melhorar o seu desempenho, em alguns casos isso também é possível com um disco novo.

A facilidade deste upgrade se deve ao fato de, até recentemente, existir praticamente um tipo de disco rígido para PCs: o padrão ATA conectado na interface IDE ou EIDE. Se o seu micro tem mais de dois anos, seu HD é um desses. Se tem entre um e dois anos, muito provavelmente. Se tem menos de um ano, talvez. É que em 2003 surgiu o padrão Serial ATA (SATA), que aos poucos vem tomando o lugar do ATA tradicional, agora conhecido como Parallel ATA (PATA).

Está em dúvida sobre o tipo de HD do seu micro? Abra o dito cujo (o micro, não o HD, pelamordedeus!) e dê uma olhada no cabo que liga o disco rígido à placa-mãe. Se ele for uma fita chata, grandalhona, geralmente cinzenta e parecida com a que conecta os drives de disquetes e CDs/DVDs, o HD é ATA. Se for fininho, discreto, às vezes até colorido, bem-vindo ao mundo SATA.

E a questão da velocidade? Bom, atualmente existem HDs para computadores de mesa com três velocidades de rotação diferentes: 5400, 7200 e 10000 RPM. Estes últimos são caríssimos, coisa de aficionado mesmo – melhor se limitar aos de 7200 e evitar os de 5400 exceto para máquinas já bem antigas. Outro fator que influencia na velocidade é o cache do disco, que costuma ser de 2MB ou 8MB. O maior é bem mais rápido.

Agora que você já sabe que tipo de HD precisa, é só comprar um novo e pedir para alguém instalar. A instalação em si nem é muito complicada, mas se você nunca fez isso antes, é melhor deixar para alguém que entenda ou esperar um tutorial sobre o assunto. Só não se deixe enganar por técnicos que queiram levar seu HD velho embora depois do upgrade... é perfeitamente normal deixar os dois (ou três, quatro...) instalados juntos, para somar suas capacidades.

Mais um detalhe: o padrão ATA e os sistemas operacionais evoluíram ao longo do tempo para permitir o aumento da capacidade dos discos. Em computadores muito antigos ou que estejam rodando sistemas ultrapassados, pode não ser possível acessar toda a capacidade de um HD atual. Às vezes uma atualização no software da placa-mãe resolve, mas nem sempre. Se o seu PC é muito velho, consulte o manual da placa.

Vídeo também pode ajudar

Existem duas principais situações em que a compra de uma placa de vídeo pode deixar seu computador mais rápido: se a atual é “on-board”, integrada a uma placa mãe não muito nova, ou se você gosta de games ou raros aplicativos 3D. Esta última tende a mudar com o lançamento do Windows Vista, cuja interface poderá ser toda 3D e se beneficiar do poder de processamento de uma placa parruda, mas até então, as superplacas de centenas de dólares só fazem diferença mesmo para quem joga.

Já quando o seu vídeo atual é “on-board”, o ganho de desempenho pode compensar o investimento em uma plaquinha dedicada das mais simples, na casa dos R$ 100. Usá-la permite desabilitar o vídeo da placa-mãe, economizando processamento (nos modelos mais antigos) ou memória RAM (em todos). E você ainda terá gráficos melhores nos mapas do Google Earth!

Para escolher uma placa de vídeo, é importante saber qual o tipo de “slot” disponível na sua placa mãe. Nos micros do passado, as placas de vídeo podiam ser ISA, VESA (ou VLB) e, finalmente, PCI. Atualmente, o mercado se divide entre as AGP e as PCI-Express, de maior desempenho. Todo micro moderno tem slots PCI capazes de acomodar placas bem simplórias, mas se você quiser algo melhor, terá que verificar se o seu aceita AGP ou PCI Express.

Em tempo: muitas vezes é possível melhorar o desempenho de um computador sem precisar lançar mão da chave de fenda, otimizando apenas o software. Confira nosso tutorial do XP Smoker e comprove por si mesmo! Ah, e se o “paciente” for um portátil, a dica é o tutorial sobre upgrade de notebooks.

Friday, November 17, 2006

Milton Friedman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia, morre aos 94


16/11/2006 - 16h22
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da Folha Online


O economista americano Milton Friedman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 1976, morreu nesta quinta-feira aos 94 anos, em San Francisco, no Estado da Califórnia (costa oeste dos EUA).Ele sofreu um ataque cardíaco. Foi levado para um hospital próximo a sua casa, em San Francisco, mas não resistiu, contou sua filha Janet Martell, segundo o "The Wall Street Journal".
Reuters
Milton Friedman, 94, morto nesta quinta-feiraLíder da conservadora Escola de Chicago de Economia, o nome de Milton Friedman é associado às teorias "monetaristas", que consideram que a inflação pode ser controlada quase que exclusivamente pela oferta de moeda.O economista ganhou o Nobel com seus trabalhos sobre o papel do dinheiro na inflação e o uso da política monetária, além das pesquisas a respeito de políticas de estabilização econômica."Os economistas (...) têm, já por um longo tempo, ignorado quase totalmente o significado do dinheiro e da política monetária na análise dos ciclos de negócios e inflação", dizia o comunicado da Academia Real de Ciências da Suécia da época em que Friedman ganhou o prêmio."O debate sobre as teorias de Friedman levaram a uma revisão das políticas monetárias perseguidas pelos bancos centrais --em primeiro lugar, nos EUA. É muito raro para um economista obter tamanha influência, direta e indiretamente, não só na pesquisa como na política", afirmava o comunicado.Associado à polêmica frase "Não há almoço grátis", o economista mais tarde afirmou que não a inventou, apesar de tê-la escrito em coletânea de artigos na revista "Newsweek". "Prefiro [ficar conhecido por] uma [frase] que eu realmente inventei e que acho que é particularmente apropriada a esta cidade [Washington]: 'Ninguém gasta melhor o dinheiro de outra pessoa como gasta o seu próprio'", disse. "O oposto [de "Não há almoço grátis"] é "As melhores coisas da vida são grátis", comentou Friedman.As idéias de Friedman influenciaram diversos políticos. Nas décadas de 70 e 80, um grupo de economistas que estudaram na Universidade de Chicago --apelidados de "Chicago Boys"-- ocuparam importantes cargos no governo do ditador Augusto Pinochet no Chile e ajudaram-no em um programa de privatizações e a diminuir a inflação galopante do país.Friedman fez parte do Comitê de Política Econômica de Ronald Reagan no início dos anos 80, foi consultor da primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e apoiou a malsucedida tentativa de reforma da Previdência de George W. Bush.Vida e obraO economista nasceu no dia 31 de julho de 1912, em uma família judia no bairro do Brooklyn, na cidade de Nova York. Seus pais vieram da cidade de Beregovo, na região da Transcarpácia, na Ucrânia. Obteve seu PhD na Universidade Columbia em 1946 e foi professor de economia na Universidade de Chicago entre 1946 e 1976.Desde 1977 era afiliado à Hoover Institution, na Universidade Stanford.Em 1988, recebeu a Medalha da Liberdade --maior honraria concedida a um civil dos EUA em reconhecimento a excepcionais serviços prestados à nação. Também foi agraciado, no mesmo ano, com a Medalha Nacional da Ciência. Recebeu distinções de universidades nos Estados Unidos, Japão, Israel e na Guatemala.Foi presidente da Associação Econômica Americana e da Associação Econômica Ocidental e membro da Sociedade Filosófica Americana e da Academia Nacional de Ciências. Ele publicou dezenas de livros e artigos. Os mais famosos são: "A Theory of the Consumption Function [Uma Teoria da Função do Consumo]"; "The Optimum Quantity of Money and Other Essays [A Melhor Quantidade de Dinheiro e Outros Ensaios]"; "A Monetary History of the United States [Uma História Monetária dos Estados Unidos]"; "Monetary Statistics of the United States [Estatísticas Monetárias dos Estados Unidos]" e "Monetary Trends in the United States and the United Kingdom [Tendências Monetárias nos Estados Unidos e no Reino Unido]". Os três útlimos foram escritos junto com A. J. Schwartz.Tinha, ainda, uma extensa produção em políticas públicas, sempre com ênfase nas liberdades individuais. Sobre esse assunto, escreveu, entre outros, "Capitalism and Freedom [Capitalismo e Liberdade]", com Rose D. Friedman; "Bright Promises, Dismal Performance [Promessas Brilhantes, Desempenhos Tristes]" com Rose D. Friedman; "Free to Choose [Livre para Escolher]"; e "Tyranny of the Status Quo [Tirania do Status Quo]".Friedman e sua mulher, Rose, tiveram dois filhos, Janet and David, quatro netos e três bisnetos.Leia mais
Confira a repercurssão da morte de Milton Friedman
Monetarista, Milton Friedman liderou a conservadora Escola de ChicagoEspecial
Leia o que já foi publicado sobre Milton Friedman

Tuesday, November 14, 2006

Educação Financeira também empobrece

Analisando o mercado de crédito no Brasil, deparamos com um cenário intrigante. O endividamento do brasileiro está em níveis recordes, com mais da metade da população preocupada – deveria estar – com compromissos a saldar nos próximos meses com uma financeira ou um banco.
Nunca tivemos uma massa tão grande de devedores, muitos deles sem ter a real dimensão de seu problema pessoal e de suas conseqüências futuras. De servidores públicos a empreendedores, trabalhadores braçais a executivos, jovens a aposentados, é difícil encontrar algum grupo social livre de apertos financeiros. O uso do crédito vem aumentando em termos quantitativos, porém está longe de crescer também em qualidade. É notável, por exemplo, o volume de aposentados com dificuldades para liquidar os compromissos assumidos a partir da onda do crédito consignado fácil iniciada no ano passado. Você já reparou como os grandes bancos discretamente recolheram seu material publicitário desse produto?Por outro lado, temos também um grau de educação financeira sem precedentes, com orientações sobre organização financeira e investimentos distribuídas por incontáveis veículos de comunicação, orientação nas escolas, nas empresas, cartilhas distribuídas por bancos e grandes eventos sendo realizados nas principais cidades. Há uma aparente contradição entre a abundância de informação e o crescente mau uso do crédito.
Cabe lembrar que nossa classe média está mais rica, tanto em função da participação das mulheres no mercado de trabalho, que aumentou sensivelmente os ganhos das famílias, quanto em função dos incontáveis programas assistencialistas oferecidos às classes D e E no Governo Lula.
O brasileiro de hoje ganha mais, consome mais e está muito mais endividado.O fato é que podemos observar no mercado de crédito o efeito que vem polarizando a riqueza entre os brasileiros há décadas: quem tem menos, está empobrecendo; quem tem mais, está enriquecendo. Enquanto uma parte da população usa melhor os serviços financeiros e enriquece mais rapidamente, a outra parte vê cada vez mais distante seu sonho de fazer parte de uma classe mais rica.
A educação financeira realmente cresce em nosso país, porém cresce entre a classe média que não só tem acesso à informação, mas também consegue criar as condições para digeri-la. Em outras palavras, é uma educação para a elite bem informada.A conseqüência não é das mais positivas.
Diante de uma parcela da população mais bem esclarecida, bancos e financeiras oferecem produtos mais complexos que atendam às novas necessidades, porém esta maior complexidade dificulta o acesso do cidadão comum, aquele de educação precária e acesso limitado à informação. Some-se a este efeito a voracidade das instituições financeiras em abocanhar as fatias remanescentes de novos públicos consumidores, com estratégias de marketing e comunicação extremamente convincentes, como observamos no boom do crédito consignado.Se nada for feito, nossa vergonhosa desigualdade social continuará aumentando, independentemente de melhorias de indicadores como renda per capta e crescimento do PIB.
O caminho para reverter esse quadro é viável e recompensador, mas requer uma mudança de atitude na sociedade. Há muito tempo, defendo nesta coluna os efeitos positivos de se falar mais sobre dinheiro. Mas, além de incentivar o bom uso do dinheiro entre pessoas do círculo pessoal de relacionamentos, teríamos um efeito multiplicador muito mais poderoso se nos propuséssemos a falar sobre dinheiro e enriquecimento com aqueles que possuem menos. Um hábito bastante recorrente que tenho é o de lançar um comentário como “você viu como o pessoal anda endividado?”, sempre que há a oportunidade de puxar conversa com alguém que me presta um serviço.
É assim que descubro que porteiros, faxineiros, zeladores, manobristas, motoristas, instaladores de cortinas e diversos outros profissionais estão com problemas financeiros graves. E é assim também que crio a oportunidade de oferecer sugestões simples, como refinanciar um automóvel, sentar para conversar com o gerente do banco para organizar as dívidas ou então contratar um plano de previdência privada.A informação existe, mas precisa ser multiplicada.
O risco do mercado diminui como um todo se os participantes desse mercado usam melhor as alternativas de crédito. Não há como alguém sair perdendo se houver incentivo para que famílias saiam da linha da pobreza de maneira inteligente, ao invés de sair com assistencialismo. Você já pensou em ajudar alguém a sair do vermelho hoje?
Artigo escrito e enviado por Gustavo Cerbasi, consultor financeiro e professor da Fundação Instituto de Administração, sócio-diretor da Cerbasi & Associados Planejamento Financeiro e autor dos livros Dinheiro – Os segredos de quem tem e Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, ambos pela Editora Gente.

Monday, November 13, 2006

A massacrante felicidade dos outros


Martha Medeiros

Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma.
Estamos todos no mesmo barco. Há no ar um certo queixume sem razões muito claras.
Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem. De onde vem isso?
Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: "Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento"
Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são - ou aparentam ser.
Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho.
As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim. Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente.
Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados. Pra consumo externo, todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores."Nunca conheci quem tivesse levado porrada/ todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo". Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta. Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, isso vale ser incluído na nossa biografia.
Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no sofá pintando as unhas do pé? Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista. As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento.

(Martha Medeiros, gaúcha, 44 anos, Jornalista, poeta e gente fina).
(Enviado por Cassia Medeiros)

Wednesday, November 08, 2006

A maravilhosa economia cubana: ainda chegaremos lá!


Quarta-feira, 1 de Novembro de 2006

Ao contrário do que meus alunos (e leitores) pensam, sou um grande admirador da economia e política cubanas. Hoje, por exemplo, li no “O Estado de São Paulo”, uma tradução de matéria do “The Washintgon Post” sobre a ilhota favorita dos militantes esquerdistas do Brasil. O tema? A economia clandestina de Cuba. Um trecho, em especial, merece ser transcrito.
“A próspera economia clandestina funciona como um bolsão de capitalismo, guiado pela oferta e pela procura, no único Estado comunista do Hemisfério Ocidental. Observadores dizem que ela pode ser precursora de um movimento rumo a uma economia de mercado, que poderia se acelerar depois da morte do presidente Fidel Castro; por outro lado, afirmam eles, o mercado negro pode ser simplesmente um subproduto de um sistema que recompensa quem é esperto e tem boas relações”. [O Estado de São Paulo, 29.10.2006, p.A15]
O final do parágrafo é fascinante: quem é “esperto” e “tem boas relações” prevalece sobre quem é mais eficiente, impessoal. É exatamente o problema que Gary Becker chama de
“crony capitalism”, um misto de economia de mercado com incentivos que privilegiam as relações com os donos do poder político às relações com os consumidores. Neste tipo de regime, diz Becker, os consumidores perdem mais em bem-estar do que em um mercado competitivo. Não é difícil ver o porquê, embora muita gente goste de tapar o sol da evidência com uma grossa peneira ideológica.
Muitos “formadores de opinião” (acadêmicos, jornalistas, artistas, etc) são os mais entusiasmados defensores deste capitalismo de padrinhos. O discurso é mais ou menos assim: se um sujeito se preocupa com sua felicidade - o (mal)dito “individualismo” - é um decrépito, safado. Já um que leve em conta as relações pessoais é “mais humano”. Por exemplo, se um sujeito pretende vender pipocas a um preço mais baixo, ele é, na opinião de alguns destes formadores, um egoísta/individualista. Por outro lado, se ele montar um cartel com outros pipoqueiros para aumentar o preço da pipoca, diz-se que tem “preocupação social”. Sei que o leitor pode achar isto um exagero, mas o raciocínio é exatamente este. A questão é que alguns formadores de opinião só se utilizam de alguns exemplos, ignorando os que mostram a inconsistência de seu - absurdo - argumento.
Mas continuando em minha admiração pela ilhota, podemos pensar em outro exemplo, adaptado à nossa realidade tropical, tupiniquim e - por que não? - selvagem.
Um governo que aumenta sua participação na economia, segundo um dito “pensamento convencional” (também conhecido como lógica matemática elementar, pouco familiar aos militantes das causas ideológicas…), automaticamente diminui a participação do setor privado na mesma. Isto quer dizer que há mais padrinhos do que apadrinhados ou que as regras para os não-apadrinhados podem estar em processo de progressiva complexificação. Em outras palavras, fica cada vez mais difícil para um sujeito que deseja trabalhar como empresário não recorrer aos burocratas, senhores das leis e da arrecadação. Se as amarras legais ao poder dos burocratas não surtem efeito, a situação pode inclusive ser pior para os burocratas honestos (eles existem, obviamente, tanto quanto os empresários desonestos). Isto porque brigas políticas são constantes no setor público. No setor privado, claro, isto também existe, mas o preço a ser pago é mais alto: perde-se o emprego. No setor público, funcionários que erram ou sabotam políticas públicas nem sempre são punidos.
A economia brasileira pode alcançar o grau de ineficiência de sua similar cubana sem mudar seu sistema econômico para o tal “socialismo”? Pode. Basta manter instituições ruins e contar com formadores de opinião de má qualidade. Ao ler os jornais, vejo que o caminho da servidão continua sendo eficientemente pavimentado por muitos de meus compatriotas, alguns ingênuos, outros mal-intencionados. Dá vontade de dizer, em alto e bom tom: “Brasil, amo-o e, por isto, deixo-o”. A depressão é muita para um indivíduo só e, nestas horas, a tal sociedade nunca vem em meu socorro. Sobra só o indivíduo, sozinho, com seus problemas…
arquivado em
Economia.

Uma resposta para “A maravilhosa economia cubana: ainda chegaremos lá!”

Prezado Professor, o Sr. está com toda razão…

“Não há dúvida de que a segurança adequada contra as privações, bem como a redução das causas evitáveis do fracasso e do descontentamento que ele acarreta, deverão constituir objetivos importantes da política do governo. Mas , para que essas tentativas sejam bem-sucedidas e não destruam a liberdade individual, a segurança deve ser proporcionada paralelamente ao mercado, deixando que a concorrência funcione sem obstáculos.”(F.A.von Hayek / citação)

Tuesday, November 07, 2006

Campaigning and Elections

2006 Washington Post.Newsweek Interactive Co. LLC

Sunday, October 15, 2006

O quarto poder


No Brasil o descaso com a educação é crônico, e isso também alimenta a falta de "memória política". O "quarto poder" só pode existir na presença deste cenário, ou seja, combinando "falta de educação" com a "ausência de memória". Nesse caso, a imprensa pode ser prejudicial a democracia. A democracia precisa ser consciente, senão estaremos "prontos" para lançar ao poder pessoas que são "profissionais" ou "cobra-criada" nos círculos de poder - como se diz por aqui - utilizando este (o poder) em benefício próprio, ou ainda figuras completamente alheias aos legítimos fins políticos. Falta educar, informar, dizer as pessoas qual a importância da história na escolha presente, com vistas a um futuro melhor. Não estou aqui criticando indiscriminadamente a imprensa, como pode até parecer. Apenas afirmando que o organismo emissor de informação encontra terreno fértil, ou um receptor atento, porém sem preparo para criticar a informação. O processo democrático na escolha dos governantes passa pela via da consciência de cada um, de uma certa dose de censo crítico e informação pregressa. Nunca pelo ato de votar inconsciente e isolado, ou movido somente pelo mar de interferência das notícias de todo dia.

Friday, September 22, 2006

O ESTADO DE S. PAULO

Quarta-feira, 20 de setembro de 2006.

Espaço Aberto, pág. A-2.

O Poder dos Reemergentes

MARCOS S. JANK

Os países emergentes já somam mais da metade do PIB mundial em paridade do poder de compra, ultrapassando os países desenvolvidos. Além disso, eles contam com 83% da população, consomem 54% da energia, detêm 70% das reservas financeiras e 43% das exportações (ante apenas 20% em 1970).

A edição desta semana da revista The Economist traz um ótimo relatório sobre o novo poder dos emergentes, que prova que o mundo deixou de ser uni ou bipolar e vai ficando cada vez mais multipolar. O relatório começa por corrigir uma imprecisão histórica: o termo 'emergentes' seria incorreto e, a rigor, deveria ser substituído por economias 'reemergentes', já que o grupo de países em questão ficou fora dos holofotes durante apenas um curto período de 180 anos, entre a revolução industrial européia e o final da década passada. Durante oito séculos, entre os anos 1000 e 1820, os hoje reemergentes, principalmente na Ásia, controlaram 80% da riqueza mundial!


A reemergência dos emergentes é o maior fenômeno deste início de milênio. Nos últimos cinco anos eles cresceram 7% ao ano, ante apenas 2,3% dos países ricos, taxas que se devem manter no próximo qüinqüênio. O crescimento sustentado desses países decorre de amplas reformas internas: abertura comercial, atração de capital externo, aumento da competição, dos investimentos e da produtividade dos fatores, rápida integração nas cadeias produtivas globais, aproveitamento das tecnologias de informação, etc. Mais de 1 bilhão de novos consumidores destes países vão ingressar no mercado global de consumo na próxima década. A Goldman Sachs estima que China, Índia, México, Rússia e Brasil estarão entre as dez maiores economias do mundo em 2040 e serão, juntos, maiores que o atual G-7.


Contudo, um dos grandes equívocos da atualidade é tentar agrupar os emergentes num suposto 'bloco' que se estaria contrapondo aos países desenvolvidos. Ocorre que eles formam um grupo extremamente heterogêneo de países, muito menos unidos do que Europa e EUA foram nos últimos 150 anos. O agrupamento do mundo 'emergente' serve apenas como uma referência conceitual da completa redefinição da divisão internacional do trabalho, do comércio, dos investimentos, do poder de compra dos consumidores, do uso de recursos naturais e da inovação que está em andamento. Este grupo de países está 'redesenhando' todos os mapas mundiais - econômicos, políticos, sociais, tecnológicos, etc. A regra, porém, é cada um por si.


É obvio que a trajetória futura dos emergentes não será um mar de rosas rumo ao nirvana da prosperidade. Há graves problemas a serem solucionados por estes países, como a crescente disparidade entre as rendas urbana e rural, as imensas desigualdades regionais que se estão formando internamente, já gerando protestos e forte pressão migratória, principalmente na China e na Índia. Há também riscos de crises bancárias, de aumento do protecionismo mundial e de agravamento dos problemas de infra-estrutura e ambientais. Os EUA possuem hoje 150 milhões de carros, 50 para cada 100 habitantes. Em 2040, China e Índia terão 750 milhões de carros (26 carros para cada 100 habitantes, comparados com apenas 2 atualmente). Imagine-se o gasto potencial de combustíveis e os congestionamentos!


Na semana passada, participei de uma conferência do Centro para a Inovação na Governança Internacional no Canadá, na qual se discutiu a emergência dos BRICSAM e a necessidade de reformar as instituições multilaterais (ONU, FMI, Banco Mundial, OMC). BRICSAM é a sigla em inglês que se criou para representar o conjunto dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) mais África do Sul, países da Asean (principalmente Malásia, Tailândia, Indonésia e Filipinas) e México. A definição ampliada busca corrigir a insuficiência do conceito original dos BRICs, agregando outros emergentes que têm grandes populações e mostram altas taxas de crescimento.

No grupo ampliado, a liderança do crescimento fica nas mãos da China (8,6% ao ano na última década), seguida por Índia (6%), países da Asean (4%), Rússia (3%), México (2,7%) e, na rabeira, o Brasil, com míseros 2,4% ao ano de crescimento entre 1995 e 2004.


O professor Marcelo de Paiva Abreu, da PUC-Rio, apresentou uma ótima palestra sobre o papel do Brasil nos BRICs, tentando responder à indagação shakespeariana 'Brazil: to be or not to be a BRIC?'. Marcelo mostrou que, além do crescimento medíocre, o País se posiciona abaixo da média dos BRICs na sua capacidade de poupar e investir, na alta carga tributária, nos elevados gastos públicos e no custo da dívida interna. O Brasil iguala a média dos BRICs na estabilidade inflacionária e em alguns indicadores sociais e supera a média dos parceiros em recursos naturais, PIB per capita, solidez democrática, relações pacíficas com países vizinhos e outros. Ele conclui afirmando que, se o Brasil não conseguir crescer mais, corre o risco de ser brevemente descartado da lista dos BRICs.


Nossa única solução para continuarmos integrando o seleto grupo das melhores economias emergentes é o aprofundamento das reformas domésticas (previdenciária, fiscal, trabalhista), a melhoria das instituições (principalmente nos campos político e jurídico), o crescimento da concorrência e da produtividade (evitando a falsa solução do protecionismo e do isolamento) e o investimento consistente em bens públicos (segurança, infra-estrutura, educação e saúde). A dicotomia clássica entre países do Primeiro e do Terceiro Mundo ou países do Norte e do Sul já perdeu o sentido. Neste início de milênio o mundo se divide entre os que estão conseguindo acompanhar a velocidade da globalização com reformas internas profundas, macro e microeconômicas, e os que estão comendo poeira, contemplando passivamente o sucesso de seus ex-companheiros subdesenvolvidos.



Aprenda o mais simples!

Para aqueles cuja hora chegou

Nunca é tarde demais!

Aprenda o ABC; não basta, mas

Aprenda! Não desanime!

Comece! É preciso saber tudo!

Você tem que assumir o comando!

Aprenda, homem no asilo!

Aprenda, homem na prisão!

Aprenda, mulher na cozinha!

Aprenda, ancião!

Você tem que assumir o comando!

Frequente a escola, você que não tem casa!

Adquira conhecimento, você que sente frio!

Você que tem fome, agarre o livro: é uma arma.

Você tem que assumir o comando. Não se

envergonhe de perguntar, camarada!

Não se deixei convencer

Veja com seus olhos!

O que não sabe por conta própria

Não sabe.

Verifique a conta

É você que vai pagar.

Ponha o dedo sobre cada item

Pergunte: O que é isso?

Você tem que assumir o comando.

(Bertolt Brecht)

Thursday, September 21, 2006

Cultura Gratuita




DIVULGUE, POR FAVOR!


Imagine um lugar onde você pudesse ler gratuitamente todas as obras do Machado de Assis, obras como a "A Divina Comédia", ou ter acesso a historinhas infantis.


Um lugar que lhe mostrasse as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci, ou onde você pudesse escutar gratuitamente uma música em MP3 de alta qualidade.


Pois o Ministério da Educação disponibiliza tudo isso. Basta acessar o site: http://www.dominiopublico.gov.br/

Só de Literatura em língua portuguesa há 732 obras e estão pensando em findar o projeto por desuso, já que o nível de acesso é muito pequeno!


Por favor, repasse a todos os seus amigos, para que esta excelente iniciativa não pare e continue a crescer.

Saturday, September 09, 2006

Transparência


O site "Transparência Brasil" oferece um inventário sobre a vida política dos candidatos à Câmara dos Deputados nas eleições 2006. Está na hora de amadurecermos politicamente e dedicarmos algum tempo na pesquisa sobre o histórico "daquele candidato" que nos parece adequado e merecedor da nossa confiança. No endereço <http://perfil.transparencia.org.br/> é permitida a consulta por nome, estado e partido em conjunto ou isoladamente, ou seja, uma ferramenta de "filtros" que revela informações sobre:

-Dados pessoais;

-Notícias publicadas na imprensa (relacionadas à corrupção ou não);

-
Bens declarados à J
ustiça Eleitoral;
-Relatório de Receitas e Despesas de campanha (2006);

-Atuação parlamentar;

-Financiadores de sua campanha eleitoral.


por Erich Vale

Saturday, September 02, 2006

Essa é para guardar... E distribuir ao máximo!

Eu sei... eu sei... a lista é grande, mas temos a oportunidade de reduzi-la!!!!

Enviado por Ricardo:
Essa é para guardar... E distribuir ao máximo!
EM QUEM NÃO VOTAR
Na versão original dessa lista você pode classificar por nome, cargo, partido e acusação.
(((Quem quiser a versão no formato Excel é só deixar o e-mail no campo comentários.)))
(((Agradeço ao amigo Ricardo que nos brindou com essa!!!)))

NOME CARGO PARTIDO ACUSAÇÃO OU CRIME A QUE RESPONDE

ABELARDO LUPION Deputado PFL-PR Sonegação Fiscal
ADEMIR PRATES Deputado PDT-MG Falsidade Ideológica
AELTON FREITAS Senador PL-MG Crime de Responsabilidade e Estelionato
AIRTON ROVEDA Deputado PPS-PR Peculato
ALBÉRICO FILHO Deputado PMDB-MA Apropriação Indébita
ALCESTE ALMEIDA Deputado PTB-RR Peculato e Formação de Quadrilha, Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
ALEX CANZIANI Deputado PTB-PR Peculato
ALMEIDA DE JESUS Deputado PL-CE Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
ALMIR MOURA Deputado PFL-RJ Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
AMAURI GASQUES Deputado PL-SP Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
ANDRÉ ZACHAROW Deputado PMDB-PR Improbidade Administrativa
ANÍBAL GOMES Deputado PMDB-CE Improbidade Administrativa
ANTERO PAES DE BARROS Senador PSDB-MT Improbidade Administrativa e Formação de Quadrilha
ANTÔNIO CARLOS PANNUNZIO Deputado PSDB-SP Crime de Responsabilidade
ANTÔNIO JOAQUIM Deputado PSDB-MA Improbidade Administrativa
BENEDITO DE LIRA Deputado PP-AL Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
BENEDITO DIAS Deputado PP-AP Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
BENJAMIN MARANHÃO Deputado PMDB-PB Crime Eleitoral
BISPO WANDERVAL Deputado PL-SP Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
CABO JÚLIO (JÚLIO CÉSAR GOMES DOS SANTOS) Deputado PMDB-MG Crime Militar, Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
CARLOS ALBERTO LERÉIA Deputado PSDB-GO Lesão Corporal
CELSO RUSSOMANNO Deputado PP-SP Crime Eleitoral, Peculato e Agressão
CHICO DA PRINCESA (FRANCISCO OCTÁVIO BECKERT) Deputado PL-PR Crime Eleitoral
CIRO NOGUEIRA Deputado PP-PI Crime Contra a Ordem Tributária e Prevaricação
CLEONÂNCIO FONSECA Deputado PP-SE Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
CLÓVIS FECURY Deputado PFL-MA Crime Contra a Ordem Tributária
CORIALANO SALES Deputado PFL-BA Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
DARCÍSIO PERONDI Deputado PMDB-RS Improbidade Administrativa
DAVI ALCOLUMBRE Deputado PFL-AP Corrupção Ativa
DILCEU SPERAFICO Deputado PP-PR Apropriação Indébita
DOUTOR HELENO Deputado PSC-RJ Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
EDSON ANDRINO Deputado PMDB-SC Crime de Responsabilidade
EDUARDO AZEREDO Senador PSDB-MG Improbidade Administrativa
EDUARDO GOMES Deputado PSDB-TO Crime Eleitoral, Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
EDUARDO SEABRA Deputado PTB-AP Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
ELIMAR MÁXIMO DAMASCENO Deputado PRONA-SP Falsidade Ideológica
EDIR DE OLIVEIRA Deputado PTB-RS Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
EDNA MACEDO Deputado PTB-SP Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
ELAINE COSTA Deputada PTB-RJ Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
ELISEU PADILHA Deputado PMDB-RS Corrupção Passiva
ENIVALDO RIBEIRO Deputado PP-PB Crime Contra a Ordem Tributária, Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
ÉRICO RIBEIRO Deputado PP-RS Crime Contra a Ordem Tributária e Apropriação Indébita
FERNANDO ESTIMA Deputado PPS-SP Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
FERNANDO GONÇALVES Deputado PTB-RJ Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
GARIBALDI ALVES Senador PMDB-RN Crime Eleitoral
GIACOBO (FERNANDO LUCIO GIACOBO) Deputado PL-PR Crime Contra a Ordem Tributária e Seqüestro
GONZAGA PATRIOTA Deputado PSDB-PE Apropriação Indébita
GUILHERME MENEZES Deputado PT-BA Improbidade Administrativa
INALDO LEITÃO Deputado PL-PB Crime Contra o Patrimônio, Declaração Falsa de Imposto de Renda
INOCÊNCIO DE OLIVEIRA Deputado PMDB-PE Crime de Escravidão
IRAPUAN TEIXEIRA Deputado PP-SP Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
IRIS SIMÕES Deputado PTB-PR Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
ITAMAR SERPA Deputado PSDB-RJ Crime Contra o Consumidor, Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
ISAÍAS SILVESTRE Deputado PSB-MG Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
JACKSON BARRETO Deputado PTB-SE Peculato e Improbidade Administrativa
JADER BARBALHO Deputado PMDB-PA Improbidade Administrativa, Peculato, Crime Contra o Sistema Financeiro e Lavagem de Dinheiro
JAIME MARTINS Deputado PL-MG Crime Eleitoral
JEFERSON CAMPOS Deputado PTB-SP Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
JOÃO BATISTA Deputado PP-SP Falsidade Ideológica, Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
JOÃO CALDAS Deputado PL-AL Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
JOÃO CORREIA Deputado PMDB-AC Declaração Falsa de Imposto de Renda, Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
JOÃO HERRMANN NETO Deputado PDT-SP Apropriação Indébita
JOÃO MAGNO Deputado PT-MG Lavagem de Dinheiro
JOÃO MENDES DE JESUS Deputado PSB-RJ Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
JOÃO PAULO CUNHA Deputado PT-SP Corrupção Passiva, Lavagem de Dinheiro e Peculato
JOÃO RIBEIRO Senador PL-TO Peculato e Crime de Escravidão
JORGE PINHEIRO Deputado PL-DF Crime Ambiental
JOSÉ DIVINO Deputado PRB-RJ Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
JOSÉ JANENE Deputado PP-PR Estelionato, Improbidade Administrativa, Lavagem de Dinheiro, Corrupção Passiva, Formação de Quadrilha, Apropriação Indébita e Crime Eleitoral
JOSÉ LINHARES Deputado PP-CE Improbidade Administrativa
JOSÉ MENTOR Deputado PT-SP Corrupção Passiva
JOSÉ MILITÃO Deputado PTB-MG Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
JOSÉ PRIANTE Deputado PMDB-PA Crime Contra o Sistema Financeiro
JOVAIR ARANTES Deputado PTB-GO Improbidade Administrativa
JOVINO CÂNDIDO Deputado PV-SP Improbidade Administrativa
JÚLIO CÉSAR Deputado PFL-PI Peculato, Formação de Quadrilha, Lavagem de Dinheiro e Falsidade Ideológica
JÚLIO LOPES Deputado PP-RJ Falsidade Ideológica
JÚNIOR BETÃO Deputado PL-AC Declaração Falsa de Imposto de Renda, Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
JUVÊNCIO DA FONSECA Deputado PSDB-MS Improbidade Administrativa
LAURA CARNEIRO Deputada PFL-RJ Improbidade Administrativa e Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
LEONEL PAVAN Senador PSDB-SC Contratação de Serviços Públicos Sem Licitação e Concussão
LIDEU ARAÚJO Deputado PP-SP Crime Eleitoral
LINO ROSSI Deputado PP-MT Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
LÚCIA VÂNIA Senadora PSDB-GO Peculato
LUIZ ANTÔNIO FLEURY Deputado PTB-SP Improbidade Administrativa
LUPÉRCIO RAMOS Deputado PMDB-AM Crime de Aborto
MÃO SANTA Senador PMDB-PI Improbidade Administrativa
MARCELINO FRAGA Deputado PMDB-ES Crime Eleitoral, Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
MARCELO CRIVELA Senador PRB-RJ Crime Contra o Sistema Financeiro e Falsidade Ideológica
MARCELO TEIXEIRA Deputado PSDB-CE Sonegação Fiscal
MÁRCIO REINALDO MOREIRA Deputado PP-MG Crime Ambiental
MARCOS ABRAMO Deputado PP-SP Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
MÁRIO NEGROMONTE Deputado PP-BA Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
MAURÍCIO RABELO Deputado PL-TO Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
NÉLIO DIAS Deputado PP-RN Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
NELSON BORNIER Deputado PMDB-RJ Improbidade Administrativa
NEUTON LIMA Deputado PTB-SP Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
NEY SUASSUNA Senador PMDB-PB Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
NILTON CAPIXABA Deputado PTB-RO Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
OSMÂNIO PEREIRA Deputado PTB-MG Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
OSVALDO REIS Deputado PMDB-TO Apropriação Indébita
PASTOR AMARILDO Deputado PSC-TO Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
PAULO AFONSO Deputado PMDB-SC Peculato, Crime Contra o Sistema Financeiro e Improbidade Administrativa
PAULO BALTAZAR Deputado PSB-RJ Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
PAULO FEIJÓ Deputado PSDB-RJ Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
PAULO JOSÉ GOUVEIA Deputado PL-RS Porte Ilegal de Arma
PAULO LIMA Deputado PMDB-SP Extorsão e Sonegação Fiscal
PAULO MAGALHÃES Deputado PFL-BA Lesão Corporal
PEDRO HENRY Deputado PP-MT Formação de Quadrilha, Lavagem de Dinheiro e Corrupção Passiva, Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
PROFESSOR IRAPUAN Deputado PP-SP Crime Eleitoral
PROFESSOR LUIZINHO Deputado PT-SP Lavagem de Dinheiro
RAIMUNDO SANTOS Deputado PL-PA Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
REGINALDO GERMANO Deputado PP-BA Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
REINALDO BETÃO Deputado PL-RJ Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
REINALDO GRIPP Deputado PL-RJ Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
REMI TRINTA Deputado PL-MA Estelionato e Crime Ambiental
RIBAMAR ALVES Deputado PSB-MA Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
RICARDO BARROS Deputado PP-PR Sonegação Fiscal
RICARTE DE FREITAS Deputado PTB-MT Improbidade Administrativa e Formação de Quadrilha, Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
RODOLFO TOURINHO Senador PFL-BA Gestão Fraudulenta de Instituição Financeira
ROMERO JUCÁ Senador PMDB-RR Improbidade Administrativa
ROMEU QUEIROZ Deputado PTB-MG Corrupção Ativa, Corrupção Passiva e Lavagem de Dinheiro
RONALDO DIMAS Deputado PSDB-TO Crime Eleitoral
SANDRO MABEL Deputado PL-GO Crime Contra a Ordem Tributária
SUELY CAMPOS Deputada PP-RR Crime Eleitoral
TATICO (JOSÉ FUSCALDI CESÍLIO) Deputado PTB-DF Crime Contra a Ordem Tributária, Declaração Falsa de Imposto de Renda e Sonegação Fiscal
TETÉ BEZERRA Deputado PMDB-MT Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
THELMA DE OLIVEIRA Deputada PSDB-MT Improbidade Administrativa e Formação de Quadrilha
VADÃO GOMES Deputado PP-SP Improbidade Administrativa e Crime Contra a Ordem Tributária
VALDIR RAUPP Senador PMDB-RO Peculato, Uso de Documento Falso, Crime Contra o Sistema Financeiro, Crime Eleitoral e Gestão Fraudulenta de Instituição Financeira
VALMIR AMARAL Senador PTB-DF Apropriação Indébita
VANDERLEI ASSIS Deputado PP-SP Crime Eleitoral, Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
VIEIRA REIS Deputado PRB-RJ Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
VITTORIO MEDIOLI Deputado PV-MG Sonegação Fiscal
WANDERVAL SANTOS Deputada PL-SP Corrupção Passiva
WELLINGTON FAGUNDES Deputada PL-MT Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
ZÉ GERARDO Deputado PMDB-CE Crime de Responsabilidade
ZELINDA NOVAES Deputada PFL-BA Sanguessugas (Escândalo das Ambulâncias)
Ângela Guadagnin Deputada PT-SP Dançarina do Plenário da Câmara, comemorando absolvição de corrupto
Antônio Palocci Ex-Ministro PT-SP Quebra de Sigilo Bancário
Carlos Rodrigues Ex-Deputado PL-RJ Bispo Rodrigues
Delúbio Soares Tesoureiro PT-GO Ex Tesoureiro do PT
José Dirceu Ex-Deputado PT-SP Mensalão
José Genoíno Ex-Deputado PT-SP Mensalão, Dólares na Cueca
José Nobre Guimarães DeputadoEst. PT-CE Dólares na Cueca (Agora Candidato a Dep. Federal)
Josias Gomes Deputado PT-BA Mensalão, CPI dos Correios
Luiz Gushiken Ex-Ministro PT-SP CPI dos Correios
Paulo Salim Maluf Ex PPB-SP Corrupção, Falcatruas, Improbidade Administrativa, Desvio de Dinheiro Público, Lavagem de dinheiro
Paulo Pimenta Deputado PT-RS Compra de Votos, Mensalão, CPI Correios
Pedro Corrêa Ex-Deputado PP-PE Cassado em associação ao Escândalo do Mensalão, Compra de Votos
Roberto Brant Deputado PFL-MG Crime Eleitoral, Mensalão, CPI Correios
Roberto Jefferson Ex-Deputado PTB-RJ Mensalão
Severino Cavalcanti Ex-Deputado PP-PE Escândalo do Mensalinho (Renuncio para evitar a cassação)
Silvio Pereira SecretárioPT PT Mensalão
Valdemar Costa Neto Exc-Deputado PL-SP Mensalão (renunciou para evitar a cassação)

Wednesday, August 23, 2006

O recluso recusa prêmio

Perelman recusa prêmio.


Segundo nota divulgada hoje, Perelman recusou a Medalha Fields. O argumento segundo os principais jornais reside no tratamento dado a ele pelos intelectuais da área. Com fama de recluso o "homem" ficou mesmo em sua casa em São Petersburgo enquanto o Congresso da União Internacional de Matemática "corria solto" em Madri.

Medalha Fields 2006 (1)

Grigory Perelman adora os enigmas matemáticos mas não gosta de honras

O investigador russo terá resolvido a conjectura de Poincaré, um quebra-cabeças com mais de 100 anos. Isto poderá valer-lhe a medalha Fields, que será concedida amanhã em Madrid

Enquanto alguns correm atrás de honras e dos media para construirem uma imagem, ele amua-os e ignora-os. Soberbamente. Grigory Perelman, 40 anos, cabelos raros e barba crescida, os olhos no vazio sublinhados por espessas sobrancelhas, está algures. Num universo onde muito poucos abordam: a topologia.

Esse mundo o Matemático do Instituto Steklov de São Petersburgo, domina perfeitamente e seus trabalhos podem lhe valer de receber, amanhã, dia 22 de Agosto, em Madrid, na cerimónia de abertura do International Congress of Mathematicians, a medalha Fields. Uma espécie de prémio Nobel da Matemática concedida todos os quatro anos à um Matemático com menos de 40 anos - ele os fez no dia 16 de Junho.

Se Grigory Perelman aparece este ano como possível candidato, foi porque ele teve razão num enigma com mais de cem anos - a conjectura de Poincaré - sobre a qual gerações de Matemáticos se debruçaram. O desafio é tão grande que o Clay Mathematics Institute fez, no ano 2000, desta conjectura um dos "sete problemas do milénio". Cada um deles vale para aquele que os resolver uma bolsa de 1 milhão de dólares.

Única preocupação, Perelman não é um Matemático como os outros. Como os seus colegas, ele ama a disciplina, mas não se embaraça dos rituais que a regem. Enquanto outros apresentam os seus resultados inteiramenete finalizados, submetido ao julgamento dos seus pares e publicados em seguida em prestigiosas revistas, ele prefere publicar na Web algumas notas escritas no papel. E como ele costuma desaparecer sem prevenir porque ele prefere as florestas russas aos homens, os debates são pouco fecundos.

Em Novembro de 2002, ele escreve à um site da Cornell University (arXiv) algumas indicações deixando a entender que a conjectura de Poincaré não é mais um problema. Ele fornece só algumas pistas baseado nos trabalhos mais antigos de Robert Ricci e mais recentes de Richard Hamilton. Mas a sua prosa não é uma demonstração precisa. No entanto este primeiro correio tem o efeito de uma bomba.

Depois, no princípio de 2003, Grigory Perlman envia dois novos correios onde ele afirma explicitamente que ele tem a solução. Esses textos não têm, mais uma vez, mais precisões. O russo demonstra que ele tricotou bem um pull, mas ele não fez nem a gola nem as mandgas, deixando à outros esse trabalho. "Os seus artigos são difíceis de ler, testemunha um Matemático num fórum de debate na Net. Eles não têm provas de muitas afirmações. Perelman pertence à categoria de matemáticos que não têm tempo para escrever os detalhes. Um pouco como os artigos de Alain Connes [investigador francês que recebeu a medalha Fields em 1982], que continha muito poucos detalhes de cálculos e de coisas elementares.

Ele não reclamou ao Clay Mathematics Institute o milhão de dólares que deve recompensar o "vencedor" da conjectura. "Ele não quer saber", comenta um dos seus pares. Ele já rejeitou propostas das melhores universidades americanas - Stanford, Priceton - e recusou, em 1996, o Prémio do jovem Matemático concedido pela Sociedade matemática européia? De facto, "ele vem, explica as coisas, e tudo está dito, conta Michael Anderson, da Universidade de New York. Tudo o resto é supérfluo."

Será desprezo? Certamente que não. Grigory Perelman faz as coisas como ele entende, depois deixa à outros o cuidado de juntar as peças do seu puzzle, ou seja, de por no lugar aquelas que ele pensa serem triviais. Das suas notas na Net responderam centenas de páginas de equipas de Matemáticos americanos, espanhóis, franceses e asiáticos.

Resta que se o Matemático misantropo de São Petersburgo se torna, esta terça-feira, no ganhador da medalha Fields, existem poucas hipóteses que ele faça a honra desse prémio tão concorrido.

Elementar, meu caro Poincaré

Foi em 1904 que Henri Poincaré, um dos maiores Matemáticos de seu tempo, imaginou a conjectura que tem o seu nome. Sua formulação, inacessível ao comum dos mortais, se enuncia assim: "Consideremos uma variedade compacta V em 3 dimensões sem fronteira. É possível que o grupo fundamental V seja trivial mesmo V não sendo homeomorfo à uma esfera de dimensão 3?"

Elementar, não? E, como nota a enciclopédia online Wikipédia, "a questão é saber se toda 3-variedade fechada, simplesmente conexa e sem fronteiras é homeomorfa à uma esfera", o que esclarece de repente o assunto.

Mas fazendo uma trégua na brincadeira, isto não faz esquecer que a Matemática está em todo lugar. Nas nossas finanças, como nos nossos carros, na Física Quântica como na Biologia, nos jogos como nos aparelhos numéricos de fotos, etc.

Nota: Tradução de um extracto da notícia publicada no jornal "Le Monde" de Domingo 20 - Segunda-feira 21 de Agosto de 2006.

Retirado do BLOG "Desafios Matemáticos" - http://matematica.over-blog.com/
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Tuesday, August 22, 2006

"Sotaque mineiro: é ilegal, imoral ou engorda?"

por Felipe Peixoto Braga Netto

Felipe Peixoto Braga Netto (1973) afirma que não é jornalista, não é publicitário, nunca publicou crônicas ou contos, não é, enfim, literariamente falando, muita coisa, segundo suas palavras. Mora em Belo Horizonte e ama Minas Gerais. Ele diz que nunca publicou nada, mas a crônica que apresentamos foi extraída do livro "As coisas simpáticas da vida", Landy Editora, São Paulo (SP) - 2005, pág. 82.

enviado por Augusto (RakeNZ.)


Gente, simplificar é um pecado. Se a vida não fosse tão corrida, se não tivesse tanta conta para pagar, tantos processos - oh sina - para analisar,eu fundaria um partido cuja luta seria descobrir as falas de cada região do Brasil.
Cadê os lingüistas deste país? Sinto falta de um tratado geral das sotaques brasileiros. Não há nada que me fascine mais. Como é que as montanhas, matas ou mares influem tanto, e determinam a cadência e a sonoridade das palavras?
É um absurdo. Existem livros sobre tudo; não tem (ou não conheço) um sobre o falar ingênuo deste povo doce. Escritores, ô de casa, cadê vocês?
Escrevam sobre isto, se já escreveram me mandem, que espero ansioso.
Um simples" mas" é uma coisa no Rio Grande do Sul. É tudo menos um "mas" nordestino, por exemplo. O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar. Porque, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar, sensual e lindo (das mineiras) ficou de fora?
Porque, Deus, que sotaque! Mineira devia nascer com tarja preta avisando: ouvi-la faz mal à saúde. Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: só isso?
Assino achando que ela me faz um favor.
Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma. Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque.
Mas, se o sotaque desarma, as expressões são um capítulo à parte. Não vou exagerar, dizendo que a gente não se entende... Mas que é algo delicioso descobrir, aos poucos, as expressões daqui, ah isso é...
Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas.
Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho (não dizem: pode parar, dizem: "pó parar". Não dizem: onde eu estou?, dizem:
("ôndôtô?"). Parece que as palavras, para os mineiros, são como aqueles chatos que pedem carona. Quando você percebe a roubada, prefere deixá-los no caminho.
Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem - lingüisticamente falando - apenas de uais, trens e sôs. Digo-lhes que não.
Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô. Se der no couro - metaforicamente falando, claro - ele é bom de serviço. Faz sentido...
Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: "cê tá
boa?" Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa, é como perguntar a um peixe se ele sabe nadar. Desnecessário.
Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada.
Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: - Mexe com isso não, sôo (leia-se: sai dessa, é fria, etc).
O verbo "mexer", para os mineiros, tem os mais amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício.
Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz:
- Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô.
Esse "aqui" é outro que só tem aqui. É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase. É mais usada, no
entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer, olá, me escutem, por favor. É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.
Mineiras não dizem "apaixonado por". Dizem, sabe-se lá por que, "apaixonado
com". Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: "Ah, eu apaixonei com ele...". Ou: "sou doida com ele" (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro). Elas vivem apaixonadas com alguma coisa.
Que os mineiros não acabam as palavras, todo mundo sabe. É um tal de bonitim, fechadim, e por aí vai. Já me acostumei a ouvir: "E aí, vão?".
Traduzo: "E aí, vamos?". Não caia na besteira de esperar um "vamos"
completo de uma mineira. Não ouvirá nunca.
Na verdade, o mineiro é o baiano lingüístico. A preguiça chegou aqui e armou rede. O mineiro não pronuncia uma palavra completa nem com uma arma apontada para a cabeça.
Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal. Aqui certas regras não entram.
São barradas pelas montanhas. Por exemplo: em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer:
- Eu preciso de ir.
Onde os mineiros arrumaram esse "de", aí no meio, é uma boa pergunta. Só não me perguntem. Mas que ele existe, existe. Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório. Deixa eu repetir, porque é importante. Aqui em Minas ninguém precisa ir a lugar nenhum. Entendam... Você não precisa ir, você "precisa de ir". Você não precisa viajar, você "precisa de viajar". Se você chamar sua filha para acompanhá-la ao supermercado, ela reclamará:
- Ah, mãe, eu preciso de ir?
No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um tanto de coisa.
O supermercado não estará lotado, ele terá um tanto de gente. Se a fila do caixa não anda, é porque está agarrando lá na frente. Entendeu? Deus, tenho que explicar tudo. Não vou ficar procurando sinônimo, que diabo. E não digo mais nada, leitor, você está agarrando meu texto. Agarrar é agarrar, ora!
Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirará:
- Ai, gente, que dó.
É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras.
Eu aviso que vá se apaixonar na China, que lá está sobrando gente. E não vem caçar confusão pro meu lado.
Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro "caça confusão". Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele "vive caçando confusão".
Para uma mineira falar do meu desempenho sexual, ou dizer que algo é Muitíssimo bom (acho que dá na mesma), ela, se for jovem, vai gritar: "Ô, é sem noção". Entendeu, leitora? É sem noção! Você não tem, leitora, idéia do tanto de bom que é. Só não esqueça, por favor, o "Ô" no começo, porque sem ele não dá para dar noção do tanto que algo é sem noção, entendeu?
Ouço a leitora chiar:
- Capaz...
Vocês já ouviram esse "capaz"? É lindo. Quer dizer o quê? Sei lá, quer dizer "tá fácil que eu faça isso", com algumas toneladas de ironia. Gente, um péssimo tradutor. Se você propõe a sua namorada um sexo a três (com as amigas dela), provavelmente ouvirá um "capaz..." como resposta. Se, em vingança contra a recusa, você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: "ô dó dôcê". Entendeu agora?
Não? Deixa para lá. É parecido com o "nem...". Já ouviu o "nem..."?
Completo ele fica:
- Ah, nem...
O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum. Você diz: "Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?". Resposta: "nem..." Ainda não entendeu? Uai, nem é
nem. Leitor, você é meio burrinho ou é impressão?
A propósito, um mineiro não pergunta: "você não vai?". A pergunta,
mineiramente falando, seria: "cê não anima de ir"? Tão simples. O resto do Brasil complica tudo. É, ué, cês dão umas volta pra falar os trem...
Certa vez pedi um exemplo e a interlocutora pensou alto:
- Você quer que eu "dou" um exemplo...
Eu sei, eu sei, a gramática não tolera esses abusos mineiros de conjugação.
Mas que são uma gracinha, ah isso lá são.
Ei, leitor, pára de babar. Que coisa feia. Olha o papel todo molhado.
Chega, não conto mais nada. Está bem, está bem, mas se comporte.
Falando em "ei...". As mineiras falam assim, usando, curiosamente, o "ei" no lugar do "oi". Você liga, e elas atendem lindamente: "eiiii!!!", com muitos pontos de exclamação, a depender da saudade...
Tem tantos outros... O plural, então, é um problema. Um lindo problema, mas um problema. Sou, não nego, suspeito. Minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras.
Aliás, deslizes nada. Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão. Se você, em conversa, falar:
- Ah, fui lá comprar umas coisas...
- Que' s coisa? - ela retrucará.
Acreditam? O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o que.
Ouvi de uma menina culta um "pelas metade", no lugar de "pela metade". E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará:
- Ele pôs a culpa "ni mim".
A conjugação dos verbos tem lá
seus mistérios, em Minas... Ontem, uma senhora docemente me consolou:
"preocupa não, bobo!". E meus ouvidos. já acostumados às ingênuas
conjugações mineiras. nem se espantam. Talvez se espantassem se ouvissem um: "não se preocupe", ou algo assim. A fórmula mineira é sintética, e diz tudo.
Até o tchau. em Minas. é personalizado. Ninguém diz tchau pura e
simplesmente. Aqui se diz: "tchau pro cê", "tchau pro cês". É útil deixar claro o destinatário do tchau. O tchau, minha filha, é prôcê, não é pra outra entendeu?
Deve haver, por certo, outras expressões... A minha memória (que não ajuda muito) trouxe essas por enquanto. Estou, claro, aberto a sugestões. Como é uma pesquisa empírica, umas voluntárias ajudariam... Exigência: ser mineira. Conversando com lingüistas, fui informado: é prudente que tenham cabelos pretos, espessos e lisos, aquela pele bem branquinha... Tudo.
Naturalmente, em nome da ciência. Bem, eu me explico: é que,
características à parte, as conformações físicas influem no timbre e som da voz, e eu não posso, em honrados assuntos mineiros, correr o risco de ser inexato, entendem?"

''Minas não é palavra montanhosa.
É palavra abissal. Minas é dentro
E fundo”


Carlos Drummond de Andrade