Friday, December 01, 2006

Energia elétrica no Brasil é mais cara!

Por Erich Vale

Por que o preço pago por cada quilowatt/hora no Brasil é maior que nos "países de primeiro mundo"? Verificando a notícia publicada no portal InfoMoney -reproduzida abaixo- poderíamos apontar algumas razões... Analisando o caso de Minas Gerais, o fato mais relevante, requer que compreendamos que este setor é caracterizado basicamente por um "monopólio puro".

Segundo o sítio da Wikipédia podemos caracterizar o monopólio da seguinte maneira:

Monopólio (um único vendedor) existe quando há um vendedor no mercado para um bem ou serviço que não tem nenhum substituto e quando há barreiras na entrada de empresas que tencionem vender o mesmo bem ou um bem substituto. Estas barreiras protegem o vendedor da concorrência. Tal como no caso de concorrência perfeita os exemplos de monopólio na sua forma pura são raros, mas a teoria do monopólio elucida o comportamento de empresas que se aproximam de condições de monopólio puro. Ter o poder de monopólio significa simplesmente o vendedor ter algum controle sobre o preço do produto. A fonte básica de monopólio puro é a presença de barreiras de entrada (Referidas no início) de onde se destacam: * Economias de escala Empresas novas tendem a entrar em mercados a níveis de produção menores do que empresas estabelecidas. Se a indústria é caracterizada por economias de escala (custos médios decrescem com o aumento no volume de produção), os custos médios da empresa nova serão mais altos do que os custos médios de uma empresa estabelecida. * Patentes Por exemplo as leis das patentes nos EUA permitem a um inventor o direito exclusivo a usar a invenção por um período de 17 anos. Durante este período, o dono da patente está protegido da concorrência. * Propriedade exclusiva de matéria prima: Empresas estabelecidas podem estar protegidas da entrada de novas empresas , pelo seu controle das matérias primas.


Agora vejamos: Em nosso Estado, onde a presença da Cemig predomina, temos mais um fator para analisar e incluir na definição acima. Por exemplo, alguém por aí com capital disponível para fazer frente a Cemig nesse mercado, conseguiria instalar uma hidroelétrica em algum lugar onde as características geográficas fossem favoráveis? Acho que não, pois além dos inúmeros entraves relativos à concessão para participar desse mercado, simplesmente esse lugar não existe mais! Ou se existe, não é tão bom quanto àqueles locais que já são explorados pela nossa concessionária de luz e energia. Então, se trata de um monopólio natural e nesse sentido, existe mais uma barreira à entrada do que normalmente aponta a teoria. Se a definição acima sobre "Poder de Monopólio" estiver certa, temos aqui um caso onde o "vendedor" não tem "algum" poder de influenciar os preços, mas sim "muito" poder para controlar os preços. Desculpe pela imprecisão quando utilizo "algum X muito", porém calcular o tamanho desse poder é outra história, e não quero chatear o leitor tentando demostrar o Índice de Lerner. Basta saber que este indicador reflete exatamente quanto poder uma empresa tem para estabelecer o preço, acima daquilo que seria cobrado em um mercado onde prevalece a concorrência...

Será que vamos voltar a viver à luz de velas? Qual a saída então? Imagine que este poder seja todo exercido. Então, vai chegar o momento que um novo empreendimento alternativo para geração de energia aparecerá, substituindo parcialmente o monopólio estabelecido. O problema é que precisamos conviver com preços altos e crescentes cobradas por quilowatt/hora, até que essa "outra alternativa" seja viável. Triste não? Nesse caso, o final da história não deverá ser muito feliz. Ainda teremos de lidar com a carga tributária embutida no preço cobrado pelas concessionárias de energia. Mas isso também é outra história....


Energia elétrica no Brasil é mais cara do que em país de primeiro mundo

01/12/2006 - 11h27
InfoMoney

SÃO PAULO - Já não basta gastar quase 40% do ganho anual com impostos e ainda assim ter de desembolsar mais dinheiro para terceirizar serviços que deveriam ser fornecidos pelo poder público - educação, saúde, segurança. O brasileiro também enfrenta outro problema, que muitas vezes passa despercebido: o alto custo de energia elétrica.

Conforme pesquisa divulgada pela Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), os valores desembolsados pelo usuário brasileiro chegam a ser maiores do que o gasto de famílias de primeiro mundo - em especial, dos noruegueses e norte-americanos.

Entenda
Veja: o preço pago por cada quilowatt/hora em solo brasileiro é de R$ 0,296. Tomando como base o consumo médio de 300 quilowatt/hora por mês, são R$ 88,80 desembolsados por cada residência.

Em países de primeiro mundo, como a Noruega e os Estados Unidos, o preço médio, de acordo com a IEA, é de R$ 0,188 e R$ 0,211 (considerando o dólar a R$ 2,20), respectivamente. Portanto, a conta de energia elétrica que chega às casas de ambos os países no fim do mês é de, ainda na mesma ordem, R$ 56,40 e R$ 63,30.

Mais cara x mais barata
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Estado brasileiro onde o preço da energia elétrica é o mais caro é Mato Grosso do Sul. A Empresa energética de Mato Grosso do Sul (Enersul) cobra R$ 0,419. No fim do mês, ainda utilizando como base o consumo de 300 kw/h mensais, a conta chega às mãos dos consumidores no valor de R$ 125,70.

Na contramão está a Jarí S/A, com operações no Amapá e no Pará. O preço por kw/h é o mais baixo do País: R$ 0,238, o que representa R$ 71,40 no fim do mês.

São Paulo e Rio
A Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo tem um preço intermediário para o kw/h, de R$ 0,281, ou R$ 84,30 no final do mês.

No Rio de Janeiro, a Light cobra R$ 0,318, o que equivale a R$ 95,40 mensais.

http://www.msn.com.br/financas/SuasContas/noticia2/default.asp





2 comments:

Danilo da Silva said...

Na verdade não sei esse é muito o caso, monopólio. Temos no Brasil várias empresas espanholas como a Iberbrola e a Endesa gerando energia.

Altos preços pode ser pelas fontes que estamos utilizando, pela própria cultura de mercado, ou por outro fator. Porém, temos uma variação dentro do nosso país tanto quanto temos em outros países do mundo.

Erich Vale said...

Tem razão... Minha opinião fica restrita ao Estado de Minas Gerais!
Obrigado!