Como sempre, a resposta é “depende”. Neste caso, depende da sua configuração atual e do objetivo a que se destina o computador, mas quase sempre dá para fazer alguma coisa com a “sucata”. Hoje discutiremos algumas possibilidades de upgrade. Na segunda parte deste tutorial, falaremos de usos alternativos que podemos dar a um micro ultrapassado. Não perca!
Hora de refrescar a memória
Uma das coisas mais simples de se fazer para melhorar o desempenho de um PC costuma ser aumentar sua memória RAM. Quanto maior ela for, menos o micro precisa usar o disco rígido, que é várias vezes mais lento, como “memória virtual”, e mais rápido ele fica – principalmente quando usamos mais de um programa ao mesmo tempo ou editamos imagens e outros tipos de arquivos pesados.
O único problema para aumentar a memória é descobrir o tipo que o seu computador usa e se há espaço para mais. Uma das formas de resolver isso é abrindo o gabinete e olhando lá dentro, mas se você não quiser sujar as mãos à toa, recomendamos o CPU-Z, um programinha gratuito muito útil para saber a configuração exata do seu PC – do modelo do processador e da placa-mãe à velocidade da memória.
Se o seu computador é realmente idoso (da geração dos 386, 486 e primeiros Pentium), deve usar módulos de memória do tipo SIMM. De 30 vias, se for um velho gagá, ou de 72, se for um coroa enxuto (é só contar o número de contatos metálicos do “pente” para saber quem é quem). Ambos estão fora de linha há tempos e são encontrados apenas em ferro-velhos e sites de leilão, sem grandes garantias – é melhor não arriscar.
Computadores mais modernos usam memória DIMM, de 168 vias (metade de cada lado), ou DDR, de 184 vias (novamente, 2 x 92). Os mais novos de todos trabalham com DDR2, de 240 vias, mas se você tem um desses, provavelmente ainda não está pensando em upgrade. Há também a memória RIMM, ou Rambus, mas esta não costuma valer o upgrade.
Descoberto o tipo de memória do seu PC, veja se há encaixes sobrando para espetar mais módulos, use o CPU-Z para descobrir a velocidade dos seus e tente comprar outros iguais ou, se não conseguir, mais rápidos. Se não houver slots livres, avalie a possibilidade de trocar seus módulos por outros de maior capacidade. Para ter bons resultados, o ideal é pelo menos dobrar a quantidade de memória.
Todos precisamos do nosso espaço!
Um upgrade até mais simples que o da memória RAM é a ampliação do espaço em disco rígido (HD), que o computador usa para guardar seus arquivos e programas. E, embora o objetivo principal aqui seja aumentar a capacidade de armazenamento do computador, e não melhorar o seu desempenho, em alguns casos isso também é possível com um disco novo.
A facilidade deste upgrade se deve ao fato de, até recentemente, existir praticamente um tipo de disco rígido para PCs: o padrão ATA conectado na interface IDE ou EIDE. Se o seu micro tem mais de dois anos, seu HD é um desses. Se tem entre um e dois anos, muito provavelmente. Se tem menos de um ano, talvez. É que em 2003 surgiu o padrão Serial ATA (SATA), que aos poucos vem tomando o lugar do ATA tradicional, agora conhecido como Parallel ATA (PATA).
Está em dúvida sobre o tipo de HD do seu micro? Abra o dito cujo (o micro, não o HD, pelamordedeus!) e dê uma olhada no cabo que liga o disco rígido à placa-mãe. Se ele for uma fita chata, grandalhona, geralmente cinzenta e parecida com a que conecta os drives de disquetes e CDs/DVDs, o HD é ATA. Se for fininho, discreto, às vezes até colorido, bem-vindo ao mundo SATA.
E a questão da velocidade? Bom, atualmente existem HDs para computadores de mesa com três velocidades de rotação diferentes: 5400, 7200 e 10000 RPM. Estes últimos são caríssimos, coisa de aficionado mesmo – melhor se limitar aos de 7200 e evitar os de 5400 exceto para máquinas já bem antigas. Outro fator que influencia na velocidade é o cache do disco, que costuma ser de 2MB ou 8MB. O maior é bem mais rápido.
Agora que você já sabe que tipo de HD precisa, é só comprar um novo e pedir para alguém instalar. A instalação em si nem é muito complicada, mas se você nunca fez isso antes, é melhor deixar para alguém que entenda ou esperar um tutorial sobre o assunto. Só não se deixe enganar por técnicos que queiram levar seu HD velho embora depois do upgrade... é perfeitamente normal deixar os dois (ou três, quatro...) instalados juntos, para somar suas capacidades.
Mais um detalhe: o padrão ATA e os sistemas operacionais evoluíram ao longo do tempo para permitir o aumento da capacidade dos discos. Em computadores muito antigos ou que estejam rodando sistemas ultrapassados, pode não ser possível acessar toda a capacidade de um HD atual. Às vezes uma atualização no software da placa-mãe resolve, mas nem sempre. Se o seu PC é muito velho, consulte o manual da placa.
Vídeo também pode ajudar
Existem duas principais situações em que a compra de uma placa de vídeo pode deixar seu computador mais rápido: se a atual é “on-board”, integrada a uma placa mãe não muito nova, ou se você gosta de games ou raros aplicativos 3D. Esta última tende a mudar com o lançamento do Windows Vista, cuja interface poderá ser toda 3D e se beneficiar do poder de processamento de uma placa parruda, mas até então, as superplacas de centenas de dólares só fazem diferença mesmo para quem joga.
Já quando o seu vídeo atual é “on-board”, o ganho de desempenho pode compensar o investimento em uma plaquinha dedicada das mais simples, na casa dos R$ 100. Usá-la permite desabilitar o vídeo da placa-mãe, economizando processamento (nos modelos mais antigos) ou memória RAM (em todos). E você ainda terá gráficos melhores nos mapas do Google Earth!
Para escolher uma placa de vídeo, é importante saber qual o tipo de “slot” disponível na sua placa mãe. Nos micros do passado, as placas de vídeo podiam ser ISA, VESA (ou VLB) e, finalmente, PCI. Atualmente, o mercado se divide entre as AGP e as PCI-Express, de maior desempenho. Todo micro moderno tem slots PCI capazes de acomodar placas bem simplórias, mas se você quiser algo melhor, terá que verificar se o seu aceita AGP ou PCI Express.
Em tempo: muitas vezes é possível melhorar o desempenho de um computador sem precisar lançar mão da chave de fenda, otimizando apenas o software. Confira nosso tutorial do XP Smoker e comprove por si mesmo! Ah, e se o “paciente” for um portátil, a dica é o tutorial sobre upgrade de notebooks.
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